Eurico de Salles Viana nasceu em Coimbra, freguesia da Sé Velha, no dia 31 de Janeiro de 1891. Foi nesta cidade que fez toda a sua escolaridade. No ano de 1912, em Setembro concluiu o curso de Desenho Arquitectónico na Escola Industrial Brotero. Em Outubro chegava a Castelo Branco para, sem o saber então, se demorar aqui o resto da sua vida. Foi colocado no Liceu Central desta cidade, como professor provisório de Desenho. Mas a cidade de acolhimento percebeu rapidamente que estava perante alguém que não era capaz de restringir a sua actividade ao ensino. Em vários períodos da sua vida, participou activamente nos negócios públicos, por exemplo, é com Sales Viana como vereador do pelouro das obras e dos jardins que surgem os primeiros espaços ajardinados e intervenções urbanas dignas de registo, isto se exceptuarmos o caso do Passeio Público (datado do meio do século XIX). Intervém assiduamente, com artigos (que não podemos designar simplesmente de opinião) nas decisões tomadas pelas instituições públicas, quer elas digam respeito à beneficência, ao urbanismo, às eleições, ao gosto estético ou até às últimas novidades do progresso. Mas a herança maior, que nos coube em sorte acolher e preservar, consiste – indubitavelmente – em um vasto acervo arquitectónico espalhado pela malha urbana citadina.
Hoje, ao observarmos para o património da chancela “Sales Viana”, mesmo que essa observação seja breve e parcial, podemos contemplar peças de arte em áreas tão diferenciadas como: a arte pública, a arquitectura civil e religiosa, o urbanismo ou a jardinagem. E não apenas em Castelo Branco, mas também um pouco por todo o distrito e até fora dele. A exposição que se vai inaugurar no dia 31 de Janeiro pretende ser um breve mostruário do génio multifacetado de Eurico de Salles Viana. Génio que espalhou a sua arte por áreas tão diferentes como a cerâmica, a marcenaria, a azulejaria ou a serralharia. O Catálogo que será lançado na mesma ocasião (da responsabilidade do investigador Leonel Azevedo) reúne, não só as obras de arquitectura que deixou, mas aquilo que de mais importante se apurou, até à data, e que tenha assinatura do “mestre” Salles Viana.
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